Thursday, October 30, 2008

Era grande e comeu-se

Aqui vai uma história muito engraçada que se passou comigo este Verão:


As minhas férias foram sui generis para dizer o mínimo: a minha mulher não teve férias comigo tendo assim de ficar a tomar conta do Achiganito durante 15 dias, que passaria na companhia dos meus pais em Porto Covo. Ora Porto Covo é um sítio famigerado para passar férias, nomeadamente porque tem tudo: praia se estás praí virado, esplanadas bem jeitosas e barragens...várias...e tudo ao alcance da mão, por assim dizer.


Lá agarrei no miúdo e fui a caminho de Porto Covo no dia 1 de Agosto (eu e mais alguns milhões...). Dia 2: anos do Arrastão do Areeiro. Miúdo com a minha mãe e ala para a barragem de Morgavel "só até à hora de almoço, que depois põe-se muito calor". Enche o pato, monta a mosqueira e vá de dar à barbatana em busca dos Bichos. Mas o vento, senhores, o vento...a célebre nortada de Agosto no litoral alentejano não deu descanso, ao que se junta o facto de eu ter muito pouca experiência a pescar à mosca...mas mesmo assim consegui apanhar um Bicho de tamanho aceitável (+/- 25 cm), mas o melhor passou-se a seguir: ferrei dois Bichos bem grandes mas, como sou maçarico desferraram-se e puseram-se ao fresco...release antes do catch...

Mas o melhor estava para vir: os planos mirabolantes de pesca que tive foram por água abaixo quando a minha mãe partiu um pé porque o meu Achiganito lhe caiu em cima do dito...portanto, em vez de ter alguém que me ajudasse a cuidar do pequeno, tive de se eu a tomar conta de dois...e pesca, nem vê-la...


Voltando ao trabalho em meados de Agosto fui, no primeiro fim-de-semana disponível, levar o miúdo e a minha sogra à Pampilhosa da Serra onde ela tem casa.

Ora a Pampilhosa é, também, famigerada...a +/- meia hora de carro de casa, fica a barragem de Santa Luzia que, conforme já tinha visto, tem uma população de Bichos.

Lá vou eu, todo lampeiro, ver o que guardava a sorte...e deu-se: depois de diversas tentativas infrutíferas de capturar um Bicho que envolveram drop-shot e crankbaits, optei por uma táctica que me tornou conhecido lá em em casa: finesse. Pois é: águas claras (visibilidade a mais de 4 m), Bichos ariscos...temos de ir lá pela via menos agressiva, reduzindo o peso das montagens, escolhendo iscos "mais naturais" e, essencialmente, dar pouco nas vistas.

O material foi o de sempre: cana Abu Garcia Conolon (6', MH), carreto Mitchel Avocet G2000, linha Stren de 10lbs, bullet de 3g, anzol BPS Aberdeen n.º 1 e minhoca Zoom finesse watermelonseed.

E deu-se: a boa visibilidade possibilitou-me dar com um muro a cerca de 3m de profundidade que se estende até ao fim de um canto muito comprido e fundo. Lançamento de 20m, deixa afundar...dá linha...trava o carreto e dá um safanão para ver se não prendeu...não prendeu...acende um cigarro...olha para a linha...diabo...isto tá-se a mexer...ferra à bruta...o cerreto canta...ferra outra vez...ajusta o drag...é arrastado no pato...*?$#-se ferrei uma carpa...bom vamos ver o que dá...o carreto canta...que diabo...o Bicho vem à superfície e é GRANDE...ai ai ai ai que vai partir...ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai... deita-lhe a mão depressa...*?$#-se engoliu tudo...tá na boca do estômago...tenho de cortar...e agora?...a rede não tá famosa, ainda se pisga...acabou a pescaria...já para casa e com cuidado para o Bicho não fugir...ufff!

Tuesday, April 29, 2008

De mosca...

É bom estar de volta! Já tinha passado tempo demais desde a última vez que fui ver do Bicho...
Pois no passado Sábado (dia 26 de Abril), fui dar banho à minhoca pela primeira vez em 2008. Local escolhido: Embalse "Pena del Aguila", mais conhecido por Villar del Rey. Estava um belíssimo dia: sol, calor, pouco vento...tudo perfeito.

Para além das excelentes condições climatéricas, há outro aspecto que importa realçar: foi a minha estreia como pescador de mosca. É verdade: estreei a minha White River Fly Shop Indian Point na luta contra os monstros das profundidades.






Esta beleza tem 9' (2,70m) divididos em duas secções e é de grafite (IM6).

Pois meus amigos, deixem que lhes diga: para terem sucesso na pesca com mosca, façam tudo ao contrário. Lembrem-se que é o fio que leva o isco e não o isco que leva o fio. Lembrem-se que o carreto apenas armazena fio e não serve para "combater" o peixe. Lembrem-se que as ferragens são feitas para o lado e não para cima. Lembrem-se de ter sempre uma mão no fly-line. Lembrem-se que estão a pescar com uma cana com três metros. Lembrem-se.

Depois de cerca de 4 horas de frustração por não conseguir fazer os movimentos correctos e - basicamente - a mosca me cair aos pés, comecei lentamente a tomar-lhe o jeito, tendo a pescaria se saldado em 4 capturas (foram 5, mas um era mesmo pequeno) de tamanho reduzido (barely legal, menos de 25 cm). É engraçado ver que um peixinho de 100/200g verga a cana toda como se fosse um bazaruco de 5kg.

Para finalizar, uma imagem do isco...


Abraços



Sunday, November 25, 2007

Último do ano - quase de certeza...

No passado sábado dia 17 de Novembro e aproveitando o facto de estar a passar um fim-de-semana prolongado em Portalegre, fui com o Mestre à pesca do Bicho. Local escolhido: barragem de Alcântara, provícia de Cáceres, Extremadura. As condições meteorológicas podiam ser mais amigáveis, mas o dia amanheceu frio...muito frio...perto da vila de Valencia de Alcântara estavam, às 8:30h, uns enrijecedores -2ºC.

Chegámos à barragem por volta das 10:30h e as condições mantinham-se: frio (4ºC), céu praticamente limpo e ausência de vento. Por estes dias, e possivelmente à semelhança da grande parte das barragens da Península Ibérica, Alcântara tem menos 15 a 20m de água do que o NPA, com uma margem de erro de +/- 3m, o que quer dizer que lhe falta muita, mas mesmo muita água. Para terem uma ideia, o Google Earth mostra a barragem mesmo bem e os ortos devem ter sido produzidos no Verão, pelo que se nota perfeitamente a zona sem vegetação na margem...

Tratando-se de uma barragem no Tejo, grande parte não é propriamente indicada para pesca de margem, como podem imaginar, mas com algum cuidado faz-se bem.

Voltando ao que interessa, a água não estava grande espingarda, com acumulações evidentes de algas malcheirosas nalguns cantos e points mais abrigados do vento. O Mestre e eu, conhecedores das preferências dos bichos nesta altura do ano, apenas pescámos points primários (encostados ao canal principal) sem muita sorte durante a parte da manhã e início da tarde: o Mestre pescou com um jig preto com lagostim azul (desconheço a marca), cana Daiwa casting 6'6" MH e carreto Abu Garcia Gold Max com Trilene 17lbs, enquanto que eu comecei a pescar com a minha fiel Abu Garcia Conolon, o meu Mitchell Avocet com Trilene de 17lbs e um maravilhoso Zoom Ultra Vibe Speed Craw (3,5") Watermelon num anzol Widegap da BPS (1/0)e uma bala de 1/16 oz, o que me levou a ter três picadas, uma das quais originou uma captura de um bonito bicho com cerca de 25 cm e 300g de peso.

Passadas algumas horas, como não se registou mais actividade piscatória, decidimos levantar ferro e procurar outras paragens, o que, após alguma tentativas infrutíferas de "dar com eles" nos levou a uma zona exposta mais exposta ao sol (logo mais quente) em que era possível ver muitas árvores dentro de água. Ora nesta zona, perdi o material no fundo (pedra) pela 4ª vez, pelo que optei por outra estratégia: mais peso (1/8 oz), anzol diferente (O'Shaugnessy 1/0 XPS da BPS - lol, tentem adivinhar...) e um Baby Brush Hog (Watermelon red flake). O resultado está em baixo:
Esta beleza pesou 1.423kg e mediu 45 cm. Quando a amanhei (sim, vou comê-la!) não tinha nada no estômago. É bonita, não é? E é uma belíssima despedida...

Banho à Minhoca - o Regresso

Já não era sem tempo, meus amigos: desde Abril que não actualizava este "piqueno" espaço dedicado ao banho da minhoca, essa actividade tão salutar. Este interregno tem uma razão de ser: chama-se Tiago Ferreira Osório Morgado Mendes e é o maior achigã que já pesquei. Nasceu no dia 10 de Julho, pesando 3.290 kg e medindo 47cm.


Como é óbvio, o tempo dedicado à banhar a minhoca foi para o galheiro - literalmente - contando-se pelos dedos de uma mão as vezes que fui à pesca desde que ele nasceu. Resumindo e baralhando, este troféu é sui generis: é daqueles que tende a aumentar de tamanho e peso com a idade! Para os mais incautos e crédulos:

  1. Não, não é possível dormir 10 min e acordar retemperado;
  2. Um bebé sozinho suja mais do que uma vara de porcos de montado acabadinhos de chafurdar na lama;
  3. Se a marinha substituísse as sirenes de nevoeiro por bebés com cólicas teria mais alcance;
  4. As fraldas descartáveis valem mais do que petróleo, diamantes e o Santo Graal juntos;
  5. Os pais de filhos com menos de 6 meses odeiam todas as pessoas que não têm filhos;
  6. Alguns destes pais já começaram a comprar munições para assassinatos em massa de pessoas que não têm filhos;
  7. E catanas;
  8. E fisgas (os que não têm dinheiro em virtude das fraldas e da roupa de bebé)

Monday, April 16, 2007

As Férias

Caríssimos, vou hoje falar das minhas aventuras piscatórias nas férias que tive no final de Março.
Como os "hard- core" sabem, entre dia 15 de Março e 15 de Maio não é possível a pesca ao bicho no teritório nacional (possível é, nas águas salmonícolas, mas isso é assunto para outro post), daí que, se alguém mais afoito quer ter algum encontro imediato com um bicho esverdeado e de boca grande, a solução é Espanha. Pois então, lá fui eu, rumo a Portalegre, para gozar umas merecidas férias de carácter piscatório, na companhia do Mestre (sim, o Arrastão do Areeiro).
Lamento dizê-lo (como lamento, caraças!!!!) mas foi a maravilhosa viagem à Senhora da Asneira, porque não só o tempo estava extremamente instável, como para mal dos meus pecados, os animais ainda não estávam a tratar da vidinha... resultados da minha parte, não houve, mas o Mestre que até em poças de chuva na segunda circular é capaz de apanhar peixe, não deixou os seus créditos por mãos alheias, realizando um estrondoso total de 8 capturas em 3 dias de pesca, dos quais 2 com mais de 35 cm e acima de 1,5 kg. É o MAIOR!
Salienta-se que as capturas foram todas obtidas de uma forma pouco ortodoxa: cana de spinning (Team Daiwa finesse) utilizando um Shadow (Mann's) de 3" cinzento claro e um pequeno chumbo redondo a cerca de 40 cm do anzol. Tudo a mexer rápido... Grande gaita! Ainda tive um ameaço de um peixe grande (um dos dois) com o mesmo sistema mas usando um tubo, mas tirei-lhe o isco da boca, ao que o Mestre agradeceu e aproveitou para apanhar... levei na boca como gente grande...fica para a próxima.

Wednesday, March 14, 2007

Os primeiros do ano

Até que enfim! Custou mas foi desta: no passado domingo (11 de Março) conseguiram-se as primeiras capturas do ano, quer para este vosso amigo, quer para os companheiros que integraram essa grande expedição piscatória. Foi assim:
Às 7:15 da manhã do dia 11, toquei para casa do grande Eng.º Nuno Silva, dando início a mais uma jornada épica de perseguição aos nossos bichos. Carregado o material na sua viatura (canas, carretos, comida, bebida, pato...) aí vamos nós buscar o Dr. Pádua à sua morada. Segui-se o protocolo do costume (carrega o carro caraças, que se está a fazer tarde) enfiámo-nos os três na carrinha do Eng.º Silva, cabendo-me a mim o papel de bobi no compartimento de carga. Até Palmela, onde se procedeu à transfega da cangalhada para a Megane do grande companheiro Lino e, dado o adiantado da hora, seguimos até ao café mais próximo onde levámos a dose recomendada de cafeína. E depois, ala que se faz tarde (literalmente). Destino: Morgavél.
Sem sobressaltos de maior e com a costumeira paragem na área de serviço de Alcácer para comprar gelo, chegámos ao Morgavél apenas para constatar que, para além de estar a rebentar pelas costuras, a ventania era tal que quase era possível surfar as ondas que rebentavam contra a margem. Palavra puxa palavra, a pandilha optou por seguir até à Barragem de Campilhas, na perspectiva de as condições serem um pouco mais favoráveis.
Uma vez chegados, deparou-se-nos um cenário altamente desencorajador: a barragem descarregava pelo descarregadouro como se não houvesse amanhã (é para verem o que choveu, ela estava a cerca de 20% em Outubro!). Montou-se o material (isto no lado direito do paredão, mais acessível), tendo a aposta sido no vinil, com as cores mais naturais (verdes e vermelhos). Eu optei por um conjunto mais leve, com a minha AbuGarcia Conolon 6'6"MH, carreto Mitchell Avocet AV2000R com Trilene Sensation 6lbs, e shaky worm (cabeçote de jig 1/4 oz, minhoca finesse zoom watermelon seed). O resultado foi interessante, saldando-se por uma captura de bom tamanho (grande Engº Silva!!!+/- 700g!!) e um ataque forte na minha montagem (desferrou-se, é pena).
A pescaria prosseguiu até à hora de almoço, findo o qual nos deslocámos para o lado oposto da barragem só para constatar que não era possível pescar, uma vez que não havia quaisquer acessos à agua (está mesmo cheia!). Guarda tudo outra vez e Morgavél com eles.
Quando chegámos (perto das 15h) o vento tinha amainado consideravelmente, tendo-se optado por uma abordagem apropriada à situação: splitshot everybody! Aí, a minha escolha correspondeu à estreia absoluta de minhocas River2Sea Quiver 100 (10 cm) de uma cor estranha (verde com flocos dourados e púrpura). Esta minhoca pode ser comparada a um "senko", não tendo acção definida e uma velocidade de queda horizontal muito lenta. E deu-se: o Dr. Pádua tinha andado a moer o juízo a um bicho num dos cantos, mas ele não quis ir na conversa. E mesmo a mim, só ao segundo ataque é que se consumou a ferragem. Parcia igual ao do Engº Silva, talvez um pouco maior em comprimento, mas com o peso muito parecido (700 g). Mas ainda não tinha terminado: o Dr. Pádua encheu-se de brios e consegui mais um bicho gorducho (mais curto mas mais largo) com o mesmo peso (talvez mais um pouco, tenho de investir numa pesola de jeito), numa Berkley Bungee worm vermelha.
Seguem as fotos. Até à próxima



P.S. Este post script serve só para dar os parabéns ao Grande Lino, não por não ter apanhado nada (fica para a próxima, mas vou-te dedicar um post) mas por ter finalmente sabido o que o espera: é uma menina! Toda a sorte do Mundo, amigo! Muitas felicidades para ti e para a Paula!

Wednesday, February 21, 2007

Achigã: procura-se vivo e a dar à barbatana!

Rais' parta, pá! Então não é que fui ver deles e não os encontrei, caraças!? Mas onde é que eles andam!? É que estamos a meio de Fevereiro e não há maneira desses escamudos aparecerem! Não há direito! Um gajo faz quilómetros e quilómetros, apanha chuva, frio, vento...enfim, sacrifica-se e os bichos, nada!? Não pode ser! A culpa é do governo! E do Ministro da Economia, que não liga às carências deste pescador! Quais salários baixos, qual quê: este país sem achigãs não é atractivo!
Mas pronto: eu conto tudo.
Foi numa manhã fria e tempestuosa (isto faz-me lembrar um cão, mas não sei porquê...) que me dirigi para a albufeira de Montargil (idiota! idiota! idiota!) numa expedição de caça de peixes, mais conhecida como pesca. Chuva desde Lisboa até à barragem e mesmo depois de lá estar, tendo parado para aí às 9:30h. Barragem cheia até aos gasganetes, o que deixou imensa madeira dentro de água (pensei logo: pera qu'isto pode dar-se aqui uma cena macaca). Monta pato, monta cana (Fenwick HMX 6'10" XH, Daiwa Cygnus c/0.30, jig 3/4 oz (azul e preto) e lagostim "Junebug" Original Fish Formula), monta outra cana (Abu Garcia Crossfire 6'6" ML, Browning Syntec c/0.25, Dinger 5" da YUM "Junebug" c/ anzol 3/0 da BPS e Rat-l-trap "Texas red craw" e Rapala Deeprunner "Holographic Shad").
A pesca de pato com uma cana atravessada no avental não é muito prática, tanto mais que uma das canas é grande para chuchú e pesa demasiado, mas é treinar pá, é treinar...
Como o braço que costumo pescar se encontrava totalmente alagado (Foros do Mocho) e não tinha sítio para parar a viatura perto da água, optei por pescar os cantos junto à rampa na zona do paredão. De facto, as condições estavam lá: a água nem estava muito fria, a cor era a normal para Montargil e a barragem regista uma das maiores enchentes que eu vi (e vou para Montargil à mais de 20 anos).
Resultados desta treta: mais valia ter ficado em casa ou ter ido a Salvaterra, que sempre é mais perto. Não vi um peixe, mas tive um toque no jig (toque e foge). Que bom!
Para a próxima é que é!