Tuesday, January 2, 2007

Feliz 2007

Pois é, cá estou outra vez! Após um interregno de algumas semanas, volto em força para bombar mais uns posts neste grande Banho à minhoca! Aproveito ainda para desejar votos de Bom 2007 para todos os (cinco) leitores do blog, esperando que o ano que agora começa seja muito melhor do que o que acabou.
Pronto, já acabámos com as cenas abichanadas, vamos ao que interessa: conforme disse no último post, vou partilhar alguns pensamentos sobre o material que o pessoal tem de ter para se aventurar pateticamente na perseguição ao Bicho. Este primeiro será dedicado à canas.
Como o público-alvo deste blog é o segmento dos pescadores desportivos de água doce, não tem cabimento nenhum falar de redes, arpões ou mesmo de asticot de rastilho (bem, este se calhar tem cabimento, mas penso que é perigoso falar de explosivos na net e os "amaricanos" tão à coca...), daí que se fale do verdadeiro instrumento: a cana.


A figura acima mostra os dois tipos de cana mais utilizados na pesca ao achigã: casting (as 3 primeiras) e spinning (as 3 últimas), que se diferenciam principalmente por serem utilizadas em conjunto com carretos específicos (próximos posts, não percam!!!) e, principalmente, por terem acções diferentes que se adaptam a técnicas de pesca diferentes.
Um bom exemplo do que quero dizer é a acção da cana (vamos, lá: potência), normalmente dividida em UL (ultra-light), L (light), ML (medium-light), M (medium), MH (medium-heavy), H (heavy) e XH (extra-heavy), de acordo com o peso do isco que se utiliza e com o diâmetro do fio utilizado (por exemplo, uma cana de spinning ML é concebida para lançar iscos entre 1/8 oz (3,5 gramas) e 5/8 oz (17,5 gramas) numa linha entre 4 e 10 lbs de resistência, enquanto que uma cana de spinning MH é concebida para lançar iscos entre 1/4 oz (7 gramas) e 1 oz (28 gramas) em linhas entre 8 e 17 lbs de resistência).
Associado a esta característica está igualmente a ponteira que pode variar de lenta (slow) a ultra-rápida (extra-fast) e que indica o quanto uma cana é parabólica (uma cana com ponteira lenta quando tenta levantar um peso preso na linha dobra até ao meio, enquanto que uma cana com ponteira extra-rápida apenas dobra a secção superior da cana).
Para além das características acima indicadas (tipo, potência e acção de ponteira), outra das características essenciais de uma cana de achigãs é o seu tamanho. Mais uma vez, esta característica está associada ao tipo de pesca que se pertende fazer, variando tradicionalmente entre os 5' (1,5 metros) e os 8' (2,4 metros). É necessário advertir os estimados leitores que, por muito boa vontade que se tenha, uma cana de 2,4 metros não dá jeito a um tipo de 1,60 metros a pescar de margem no meio de um emaranhado de silvas, azinheiras e estevas, só sendo utilizada pelos nossos amigos americanos que pescam de barco e mesmo estes só com mais de 1,85 é que se aventuram na utilização de um varapau desse tamanho. Siga.
No que diz respeito ao material de contrução, o corpo da cana (blank) é normalmente de grafite laminada com alta densidade de módulos, contribuindo para a sua sensibilidade e leveza (o povo passa o dia a mandar pra lá e a puxar pra cá e necessita de uma coisa levezita senão fica com o braço feito em papa), guias de fio normalmente de um composto semelhante à porcelana resistente à abrasão ou mesmo em titânio (a minha Fenwick, por exemplo), um porta-carretos de PVC ou outro tipo de material plástico e pegas, que podem ser de cortiça ou de uma espécie de espuma de borracha. Com a evolução dos iscos e das formas de pesca, muitas companhias fabricantes de canas utilizam uma mistura de grafite de alta densidade e fibra de vidro para determinadas canas específicas para iscos vibratórios (crankbaits e spinnerbaits), ou seja, menos sensíveis que só grafite mas mais "user friendly" para quem pesca porque potenciam as vibrações do isco sendo mais leves que canas só de fibra de vidro.
Agora, a parte mais engraçada: o preço. As canas de pesca específicas para o achigã podem variar entre os 25/30 dólares e uns fantásticos 400 doláres e aqui, meus amigos, tem-se o que se pagou: como quase tudo na vida, as coisas melhores são as mais caras e, parecendo que não, quando a pesca está difícil, a vantagem vem quase sempre do material: a cana que é mais sensível e tem melhor acção, o carreto que lança na perfeição uma e outra vez, a linha que não se enrola e por aí fora. Neste aspecto, é uma questão de opção pura e simples: será que compensa gastar 300€ numa cana para só pescar 4 vezes por ano? Cada um sabe de si, mas a oferta é vastíssima (basta seguir alguns dos links ao lado para confirmar o que digo) e é possível comprar material muito bom sem ter de assaltar uma carrinha de valores. Eu, por exemplo, só tenho 6 canas, três de spinning e três de casting, todas com diferentes características e mais ou menos adequadas a diferentes técnicas de pesca: por exemplo, com a minha Bionic Blade da BPS (6'6", MH, casting) pesco iscos de vinil com mais de 10 g (texas, carolina) e jig's, enquanto que com a minha cana Abu Gacia Conolon (6'6", MH, spinning) pesco essencialmente técnicas mais ligeiras com iscos inferiores a 10 g. Comigo funciona. Digam de vossa justiça.
Até à próxima.

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